Atacado / Cash & Carry
ABAD Reforça Apoio a MIPs no Pequeno Varejo
21/05/2014
José do Egito, presidente da entidade, saiu em defesa mais uma vez da presença dos medicamentos isentos de prescrição médica no pequeno varejo. Em artigo publicado na Folha de S. Paulo, Egito ressaltou a capilaridade do atacado distribuidor, para que os MIPs cheguem em maior quantidade e comodidade à sociedade e criticou a legislação brasileira. “Lamentamos o fato de termos nas mãos a possibilidade de prestar um serviço relevante e sermos impedidos por uma legislação retrógrada, que trata o consumidor como incapaz”, disparou. “É um sonho antigo nosso poder disponibilizar MIPs nos pequenos varejos, para atender às localidades mais remotas”. Clique em LEIA MAIS e confira o artigo na íntegra.
José do Egito, presidente da entidade, saiu em defesa mais uma vez da presença dos medicamentos isentos de prescrição médica no pequeno varejo. Em artigo publicado na Folha de S. Paulo, Egito ressaltou a capilaridade do atacado distribuidor, para que os MIPs cheguem em maior quantidade e comodidade à sociedade e criticou a legislação brasileira. “Lamentamos o fato de termos nas mãos a possibilidade de prestar um serviço relevante e sermos impedidos por uma legislação retrógrada, que trata o consumidor como incapaz”, disparou. “É um sonho antigo nosso poder disponibilizar MIPs nos pequenos varejos, para atender às localidades mais remotas”. Confira abaixo o artigo na íntegra.
Confira o artigo na íntegra:
Na qualidade de presidente de uma entidade que defende, de longa data, a ampliação do acesso da população a medicamentos, li atentamente a reportagem sobre automedicação, publicada neste jornal [Folha de S. Paulo] no domingo. A ABAD sempre se posicionou a favor da automedicação responsável, apoiada no parecer da própria OMS, como bem lembrou o colunista Helio Schwartsman, nesta mesma Folha, na terça-feira.
Não sendo uma entidade da área da saúde, alguém poderia perguntar qual o nosso interesse no assunto. É muito simples. Como agentes de distribuição, o cerne do nosso negócio não é o comércio, mas a prestação de serviços de logística para a indústria e para o pequeno varejo independente, aquele que não está ligado às grandes redes: a lojinha de bairro, a mercearia da periferia, o mercadinho à beira da estrada de terra.
Assim, também prestamos um serviço essencial para o consumidor que vive longe dos grandes centros, porque as indústrias somente conseguem atender 48% do mercado. Os outros 52% dependem do atacadista distribuidor, o que não é pouca coisa. Hoje, atendemos a mais de um milhão de pontos de venda em todos os 5.570 municípios brasileiros. Então, por que não colocar essa expertise e essa capilaridade a serviço da saúde da população?
É um sonho antigo nosso poder disponibilizar medicamentos isentos de prescrição (MIPs) nos pequenos varejos, para atender às localidades mais remotas. Nem os agentes de distribuição nem o varejista ficarão ricos vendendo remédios. O relevante nesse caso é a possibilidade de agregar valor a esse pequeno comércio, pois a oferta desses produtos significa conveniência e melhor qualidade de vida para essas pessoas, pela rapidez e facilidade de acesso aos medicamentos.
Dados da consultoria Nielsen mostram que existiam, em 2012, 81.356 drogarias e perfumarias no país. Se fossem acrescentados a essa rede os pequenos varejos atendidos pelos agentes de distribuição, o número passaria para 537.239 estabelecimentos.
Em muitos países, a venda de MIPs é liberada no varejo comum, pois os governos compreendem os benefícios dessa medida, dado que são medicamentos de ampla utilização e baixíssimo risco. No Brasil, contudo, muitos são contra a liberação, e a questão mais polêmica é justamente a hiperdosagem, conforme a reportagem apontou.
Porém, dados divulgados em 2010 pelo Sinitox (Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas) mostraram que, embora os medicamentos apareçam entre os principais agentes de intoxicações, em 43% dos casos estes são ansiolíticos, antidepressivos e anticonvulsivantes – categorias que, evidentemente, não são classificadas como MIP. Aliás, dos mais de 30 mil casos de intoxicação registrados em 2007, apenas 967 (cerca de 2,8%) envolveram o uso de MIPs. A Anvisa poderia, inclusive, aumentar a margem de segurança, criando um grupo de MIPs ainda mais restrito para venda no varejo.
Existe também quem questione a adequação dos pontos de venda para a comercialização de medicamentos. Ora, esses estabelecimentos já comercializam uma série de produtos que necessitam de cuidados especiais de manuseio, higiene e armazenamento, como perecíveis e produtos de limpeza doméstica potencialmente tóxicos. As inspeções periódicas da vigilância sanitária e a capacitação promovida pela indústria e pelos agentes de distribuição qualificam o pequeno varejo para trabalhar com qualquer produto destinado ao consumo.
Os argumentos contrários, a nosso ver, não se sustentam. Só lamentamos o fato de termos nas mãos a possibilidade de prestar um serviço relevante e sermos impedidos por uma legislação retrógrada, que trata o consumidor como incapaz. Os agentes de distribuição estão dispostos a contribuir para melhorar o quadro da saúde no país. Mas a lei precisa mudar.
José do Egito Frota Lopes Filho é presidente da ABAD – Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados, que congrega mais de três mil agentes de distribuição em todo o país