GiroNews

Eventos

Conteúdo Exclusivo - GiroNews

Desafios do Cash & Carry

05/08/2011

Desafios do Cash & Carry

No momento em que os olhos do Brasil se voltam para o setor atacadista, nada mais coerente que discutir os principais rumos, oportunidades, tendências e desafios do segmento. Confira as opiniões e considerações de Altamiro Borges, diretor presidente da AB Group, que concedeu entrevista exclusiva ao Portal Giro News, e tocou nos pontos mais importantes que dizem respeito ao desenvolvimento do formato Cash & Carry.


No momento em que os olhos do Brasil se voltam para o setor atacadista, nada mais coerente que discutir os principais rumos, oportunidades, tendências e desafios do segmento. Confira as opiniões e considerações de Altamiro Borges, diretor presidente da AB Group, que concedeu entrevista exclusiva ao Portal Giro News, e tocou nos pontos mais importantes que dizem respeito ao desenvolvimento do formato Cash & Carry.

Portal GN - Quais são os grandes desafios no abastecimento das lojas de Cash & Carry?

Altamiro Borges - Além da escolha do consumidor alvo, um dos maiores desafios do Cash & Carry é definir corretamente as suas estratégias de abastecimento. Uma das primeiras questões é: o ponto de venda será abastecido diretamente pelos fornecedores ou por um centro de distribuição da rede? Fazer a escolha correta e entender todos os detalhes do processo são fatores essenciais para o sucesso do negócio.

Portal GN - Qual dessas escolhas parece, em média, mais razoável?

Altamiro Borges - Uma loja de Cash & Carry sempre terá mercadorias com características para EDL – Entrega Direta na Loja, com grandes volumes, como comodities, perecíveis, salgadinhos, entre outros, representando entre 200 a 500 itens. Entretanto, a partir de um determinado numero de lojas, o centro de distribuição passa a valer a pena e agregar valor para a operação. Para as mercadorias que passam pelo centro de distribuição temos três tipos de estratégias de abastecimento.

Portal GN - E quais são as três estratégias propostas para o abastecimento no Cash & Carry?

Altamiro Borges – 1. Armazenagem – Utilizado para mercadorias que tem características de giro e dificuldade de abastecimento, além de valor agregado para passarem pelo centro de distribuição, possuindo um endereço de picking e vários outros de excesso. Normalmente temos nesta estratégia entre 3 a 4 mil itens de mercearia, bebidas, congelados, resfriados, entre outros.

2. Cross-Docking – Esse sistema é pouco utilizado no país, e consiste em fazer com que as mercadorias cheguem ao centro de distribuição preparadas para cada loja, fazendo somente o cruzamento de docas. Ou seja, recebe-se numa doca e já despacha para a loja na outra doca. Não chegam a 100 itens, pois é necessário que o fornecedor tenha condições de realizar este serviço.

3. Seleção Inversa – Denominada erroneamente de cross docking por muitas empresas, esta estratégia de abastecimento que passa pelo centro de distribuição, serve para mercadorias que já possuem o giro estabelecido e conhecido, e outras que na chamada “Curva C”, não possuem giro e nem agregam valor suficiente para terem um endereço de picking e outros de excesso no centro de distribuição. É possível trabalhar com 2 a 3 mil itens nesta modalidade, abrangendo todas as mercadorias e fornecedores  em que podemos utilizar de uma grade pré-estabelecida de quantidade de abastecimento. Neste caso, o fornecedor envia uma carga com diversas mercadorias e estas são encaminhadas para uma área dentro do centro de distribuição e imediatamente separadas por loja de acordo com a grade pré-estabelecida anteriormente e, depois, despachadas para as lojas de acordo com os embarques.

Portal GN - No quesito qualidade e eficiência no abastecimento, qual é o estágio em que as redes brasileiras se encontram? O que pode ser melhorado?

Altamiro Borges - Ainda estamos numa fase em que as redes brasileiras estão preocupadas em abrirem novas lojas, e com isto o abastecimento está ficando para depois, para ser ajustado em outra oportunidade. Ao visitar as lojas, observamos operações que ainda não estão totalmente padronizadas e otimizadas. Muitas rupturas de Itens, mas também de categorias inteiras. Podemos dizer que estamos num estágio embrionário, resultante da expansão que dobrou nosso número de lojas em apenas três anos.

Compartilhe