O Movimento do Comércio em agosto registrou queda de 0,7% no acumulado em 12 meses frente ao mesmo período de 2014 (setembro de 2014 até agosto de 2015 contra os 12 meses antecedentes), de acordo com dados nacionais do varejo apurados pela Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Na variação acumulada do ano houve queda de 1,9%, mantida a base de comparação. Para a variação mensal, com dados ajustados sazonalmente, houve retração de 0,9%.

Segundo a FecomercioSP, quase 90% dos consumidores não pretendem contrair dívida nos próximos três meses. No mesmo período de 2014, esse resultado chegou a 11,9%. Com isso, o Índice de Intenção de Financiamento dos consumidores paulistanos recuo de 23,1% na comparação com setembro do ano passado. Para a FecomercioSP, os consumidores estão pouco propensos a se endividar e vêm adequando o orçamento doméstico à nova realidade econômica do País. Porém, o aumento do desemprego e a elevada inflação vão inevitavelmente impor maiores riscos e perdas para o mercado de crédito.

Segundo a Abimap, a entidade que representa o setor, há um aumento médio de custos da ordem de 5% decorrente do câmbio. Com isso, o pãozinho francês ficou 8,1% mais caro de janeiro a agosto, quando a inflação medida pelo IPCA foi de 7,06%. Os alimentos à base de trigo, grupo que inclui também biscoitos e macarrão, já vêm subindo desde março, quando a moeda americana ultrapassou a barreira dos R$ 3, porque grande parte da farinha usada no Brasil é importada da Argentina e dos EUA. Na indústria farmacêutica, o efeito imediato será na redução dos descontos oferecidos pela indústria ao varejo. Preços de perfumes e maquiagem também devem subir.

Especializada em automação para o varejo, a empresa chegou a marca de 400 unidades do PayStation, estação de pagamentos multifuncional, instaladas em estacionamentos de todo o País, ante a meta de 350 unidades para o período. A alta é justificada, segundo o Diretor Comercial da Perto, André Figueiredo, pelo custo e benefício. ?Nossos principais clientes informam que o retorno financeiro é em torno de sete meses. Dependendo de alguns casos, a solução, pelo custo e benefício, se paga no primeiro mês.?, explica. A tecnologia está em operação em redes como BR Malls, Grupo Zaffari Bourbon, Iguatemi, Multiplan e Sonae Sierra.

O número de cheques devolvidos (segunda devolução por falta de fundos) como proporção do total de cheques movimentados atingiu 2,15% de janeiro a agosto, registrando o pior resultado para o período desde 2009, de acordo com dados nacionais da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). No acumulado de 2015, os cheques devolvidos recuaram 5,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto os cheques movimentados diminuíram 9,7%.

Segundo pesquisa feita pelo Busca Descontos para o Brasil Game Day, ação de games prevista para o dia 24 de setembro, 48% dos usuários brasileiros gastam, em média, até R$ 150 por mês em jogos. Destes 48%, 31% consomem de R$ 50 a R$ 100, enquanto 17% ocupam a faixa de gastos de R$ 101 a R$ 150. Além disso, 24% dos entrevistados disse gastar em média, entre R$ 51 e R$ 100 por mês e 7% até R$ 50 mensais. O estudo também mostra que 35% dos usuários estão disposto a gastar mais de R$ 200 em títulos em apenas um dia. De acordo com a pesquisa de mercado NewZoo, o Brasil é o 11º maior mercado de games no mundo em termos de faturamento, com cerca de US$ 1,28 bilhão em 2014, e o primeiro dentro da América Latina.

Segundo dados divulgados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), publicado em agosto, houve um crescimento de 9,57% do número de empresas com contas atrasadas por mais de 90 dias. Em 2014, cerca de 36,9% das empresas estavam no limite ou acima do limite de endividamento, a maior alta do indicador desde julho de 2013. Este cenário reflete a dificuldade dos empresários em quitar suas dívidas, situação ocasionada pelo aumento da restrição de crédito e diminuição da potência da economia, motivada pelo crescimento da inflação e das taxas de juros.

O mercado de ar-condicionado deve encerrar o ano com recuo de 19% no faturamento, após avançar 21% no ano passado. No entanto, o recuo era esperado, uma vez que as vendas ficaram acima da média em 2014. As altas temperaturas no verão são a aposta da indústria para tentar reverter o quadro de desaceleração. "As pessoas acabam deixando de comprar algo e adquirem o ar-condicionado, mas o cenário econômico afeta sim a compra por impulso", afirma Wadi Neaime, presidente da Abrava, associação do setor. A demanda dos clientes corporativos é um dos fatores que podem ajudar a compensar a retração das encomendas para o varejo doméstico este ano. (DCI)