Polêmica Digital

Mais do que afetar a rotina de mais de 100 milhões de brasileiros, o aplicativo tem uma função altamente relevante no varejo nacional, que foi afetado diretamente pela decisão da justiça de bloquear o app, mesmo sem as 48h e iniciais serem cumpridas até o fim. "Isso tem um impacto muito nocivo no varejo. As empresas já adotaram o WhatsApp como um dos canais de atendimento e relacionamento com o cliente, principalmente os pequenos empreendedores e varejistas, que fazem o atendimento mais personalizado", analisa Dênis Zanini Lima, diretor executivo da Ynusitado Digital, especializada em marketing digital.

*Notícia Atualizada às 13h25
Por volta das 13h, após o fechamento dessa reportagem, o desembargador Xavier de Souza, da 11ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, determinou o restabelecimento do WhatsApp, que deve ser normalizado ao longo do dia.

Postura das Entidades
Na avaliação do professor e consultor especializado em varejo, Ricardo Pastore, este é o momento em que as entidades que representam os variados segmentos do varejo devem se pronunciar. "Parte dos associados ficam prejudicados. Alguma associação tem que derrubar isso. É inadmissível tirar a liberdade de expressão das pessoas. É preciso defender o interesse dos varejistas e garantir a livre iniciativa de mercado entre empresas e consumidores", afirmou. O Portal Giro News, em contato com algumas entidades, ainda não obteve retorno em relação à postura delas sobre o tema.

Problema Operacional
Para o professor e palestrante João Riva, o problema também vai muito além da relação com os consumidores. "Qualquer tecnologia que apresse análises, decisões e ações se torna fundamental. Assim, o mercado varejista também se habituou a ele, de modo que passar um período sem o dispositivo pode acarretar inclusive atraso de processo de trabalho. Comunicados e alarmes internos se tornam mais lentos sem WhatsApp", analisa Riva, que também é sócio na DuoVozz, empresa de pesquisa de mercado e planejamento estratégico.

Futuro Depende da Massa
Deniz Zanini ressaltou ainda que um quadro como esse não deve afetar imediatamente a estratégia das empresas envolvendo o WhatsApp, mas é preciso ver como a população vai se comportar após esse bloqueio e principalmente no futuro, na eventualidade de novos bloqueios. "A revisão da estratégia só vai e deve acontecer dependendo do canal que vai ser utilizado pela população. Caso o bloqueio aconteça de novo, as pessoas podem procurar um outro serviço. É nesse momento que o mercado tem de estar atento para acompanhar uma eventual migração e revisar seus planos", conclui.